Insistência, persistência ou resiliência?! Parte 3
- Aline Karina De Bona
- 9 de out.
- 4 min de leitura

Parte 3, Sim, Resiliência!
Este post é a parte 3, e última, prometo, desta história da minha ida a Londres. Quero contar-lhes que, como dizem, não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar, mas o contrário também é verdadeiro... 🥹
Para relembrar: eu havia perdido o voo para Londres. Orei para que ele estivesse atrasado, como ultimamente vinha acontecendo com a maioria dos voos que eu pegava, mas não, ele saiu pontualmente, deixando-me para trás, triste e em dúvida sobre o que fazer, até que meu “namorido” me incentivou a comprar outro e ir mesmo assim. E foi exatamente isso que eu fiz.
Passei um dia inteiro no rooftop do aeroporto, esperando o novo voo que só sairia à noite, mas curti imensamente o meu tempo, muito bem aproveitado, com os acontecimentos que descrevi na parte 2.Pedi a conta dos drinks, paguei e mudei de restaurante. Fui a um italiano que eu já conhecia, no mesmo local, “The Circle”, no aeroporto. Comi um risoto de limão com camarões, e quem já leu o meu livro Beirando a Loucura sabe que esse é um dos meus pratos preferidos, mas essa é outra história.
Vibra o meu celular, eu acabara de receber um SMS da EasyJet dizendo que o meu voo estava atrasado. Que ironia! “Acho que as minhas orações chegaram meio tarde lá em cima”, pensei, mas sorri e não me preocupei. Tinha mais tempo para comer tranquila!
Eu já me sentia tão realizada com o meu dia, pelo post no meu blog, que achei que nada poderia mais estragar aquele momento, só que não. 😒
O voo finalmente saiu, e aproveitei para ler um livro de uma amiga escritora, fazia tempo que eu não arrumava o tal do tempo para ler, mas depois de algumas páginas, vencida pelo cansaço, adormeci.
Chegando em Londres, já passava das 23h30. Liguei o Wi-Fi e tentei conexão, sem muito sucesso. Precisei usar a minha própria rede em roaming e finalmente consegui entrar no app para verificar os horários do trem. Foi quando constatei, para minha tristeza, que o último trem havia saído às 23h06, e com o atraso do avião, não consegui chegar a tempo.
Minha única solução era chamar um Uber e pagar 80 libras para chegar ao hotel.
Novamente, lembrei da voz do meu companheiro dizendo para eu não chorar por esse investimento, que ele seria recompensado lá na frente. Respirei fundo e fiz a solicitação do carro.
O ponto de embarque do Uber no aeroporto de Londres fica a dez minutos a pé, por caminhos bem estranhos e escuros.
Quase sem bateria no celular, finalmente sentei no carro e pude relaxar. Em breve estaria na cama, só que não! 😄
As estradas estavam cheias de obras na madrugada, de quatro pistas restava apenas uma, causando um engarrafamento quilométrico.Ao menos eu podia recarregar o celular, ainda tinha um pouco de água na minha garrafa térmica e um pedaço do pretzel que havia comprado no aeroporto. “Uma hora dessas eu chego”, pensei. Então, relaxa!
Abri minha mochila, bebi um pouco de água e peguei a embalagem do pão. Com o barulho, o motorista virou-se para trás e, antes mesmo que eu tivesse a chance de dar uma mordida, advertiu-me de que não podia comer no carro dele.Como eu não falo inglês, apesar de ter entendido, fingi que não compreendi e fiz cara de paisagem. Ele, porém, fez questão de apontar para a janela, onde havia um adesivo com o desenho de “proibido comer”. Claro que tinha que ser um desenho, exatamente para frear pessoas como eu, que fingem não entender. 😅
Pedi desculpas e fiquei com fome. Ainda tentei explicar com meu pouco inglês misturado com alemão, quando descobri que o motorista entendia um pouco, pois havia morado na Alemanha, que o voo tinha atrasado, que eu havia perdido o trem e, por isso, estava num Uber, e com fome! Mas não teve sucesso.Também não conversei mais com ele e evitei dar avaliação no aplicativo, já que não seria boa, preferi deixar em aberto. 🫣
Finalmente cheguei ao hotel, já era uma da manhã.Esperei o recepcionista, que dormia, acordar e lembrar qual era a sua função na portaria. Check-in feito, li a placa que dizia que o café da manhã seria servido até as 8h30 em ponto, essas eram as regras, para o meu pânico.
Às duas horas, eu estava finalmente na cama. Dormi até as oito, na esperança de tomar o café da manhã. Ah, se arrependimento matasse! 🙃O café da manhã não valeu a pena. E quando voltei para o quarto, percebi que havia acordado uma hora mais cedo sem necessidade, pois olhei as horas no meu relógio e esqueci que em Londres era uma hora a menos! 😒
Fui cuidar de mim, tomei um banho prolongado, orei em silêncio, grata a Deus por tudo o que havia vivido, por todo o livramento que, possivelmente, nunca saberei. Mentalizei positivamente como seria o meu novo dia, e uma felicidade imensa tomou conta de mim.
Sem dúvida, os acontecimentos a seguir se deveram a isso...
Diretamente da sala do Consulado-Geral do Brasil em Londres, fizemos o lançamento da nossa coletânea O Poder da Voz Feminina na Literatura, idealizada pela querida Sueli Lopes e escrita por 32 escritoras sobre 32 outras escritoras.Eu fiz uma abordagem sobre a vida de Maye Musk, mãe do empresário Elon Musk, mas o livro conta também a história de outras incríveis e admiráveis mulheres do mundo.
O lançamento foi um sucesso! Contamos com a presença e o apoio da querida cônsul-adjunta Sarah Cruz Ferraz, que escreveu o nosso lindo prefácio, além de vários convidados, amigos, escritores e apoiadores do nosso projeto.
O livro pode ser encomendado diretamente comigo, envio autografado para toda a Europa e, em breve, será lançado também em solo helvético (suíço).
Para coroar meu dia de êxito, uma amiga querida e também escritora, Gigi Jones, teve a gentileza de me acompanhar até a estação principal de trem, onde me deixou em segurança dentro do trem que me levaria ao aeroporto GW, para o voo de regresso ao lar.
Ainda pude aproveitar as lindas paisagens de Londres, seus prédios majestosos e cheios de histórias e realeza, parques exuberantes, pegamos um típico ônibus londrino, sentamo-nos no segundo andar e tivemos uma visão panorâmica daquela cidade linda.Fiquei com um “gostinho de quero mais”, mas sei que não será por muito tempo. Sinto que bons ventos me levarão novamente a conhecer e descobrir mais sobre Londres!



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